Jorge Terra

23 de maio de 2023

1ª Feira de Direitos Humanos da PGE/RS

As instituições não existem para si mesmas! Existem para construir ou auxiliar a construir soluções para a sociedade!
Sob essa diretriz e com a convicção de que a educação em direitos humanos é um caminho a ser percorrido, a Comissão de Direitos Humanos da PGE/RS realizou, em 13.11.2018, a sua primeira feira de Direitos Humanos. Houve a apresentação de trabalhos decorrentes de pesquisas realizadas por estudantes, declamação de sonetos sobre diversos temas de direitos humanos e uma roda de conversa.
Fortes e emocionados agradecimentos ao Teatro da OSPA, à Associação dos Transportadores de Passageiros, à CORSAN, à administração do CAFF, às Escolas Municipais Moradas da Hípica, Professor Anísio Teixeira e Vila Monte Cristo, bem como ao Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores Paulo Freire, à escola estadual Matias de Albuquerque, ao Colégio Marista Rosário e à Rede Romano.
Os trabalhos expostos foram:
EMEF Vila Monte Cristo
1) Título: QUADRO SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO BAIRRO VILA NOVA EM PORTO ALEGRE
Karolini Vitória Silva, Mariana da Silva Souza, Isabelle Nunes da Rocha e Rayssa Santos Marques.

2) Título: PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS AFRODESCENDENTES: HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
Felipe Gonçalves Rodrigues, Gabriel de Almeida Fernandes, Ícaro Moreira Borda, Sophia Diedrich da Silva e Yuri dos Santos Winck.

3) Título: PALMADAS: EDUCAÇÃO OU AGRESSÃO?
Diogo do Nascimento Costa Charão, Jenifer da Rosa Coelho, Nathália de Matos Dias Sito, Raíssa Alves de Fraga, Tainá Ramos Prudência e Vitória Schuch Cestari.

EMEF Prof Anisio Teixeira
4) Título: “QUEM RESPEITA OS DIREITOS HUMANOS? UMA DISCUSSÃO FUNDAMENTAL E NECESSÁRIA”
Hiago Adriano Oliveira Silva, João Vitor Guimarães Alves e José Luiz da Silva

5) Título: “LET ME HELP! O QUE PODEMOS FAZER PARA CONTRIBUIR COM UM MUNDO MELHOR?”
Nathanael de Oliveira Nascimento, Luis Fabiano Amaro Ferreira, Fabricio Adão Machado, Roberta Brum Feitoza da Silva, Giovana dos Santos Lunardi

6) Título: “GALERA CURTIÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA DE CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS”
Gabriel Verginio Tomazini, Isabel Gimenez de Mello, Letícia Santos da Silveira, Christian Cruz Brito

Rede Romano de Educação
7) Título: ME EMPRESTA O LÁPIS COR DE PELE? – (Destaque XIII Salão UFRGS Jovem 2018)
Anderson Lauenstein da Silva , Bárbara Oliveira Reckziegel, Enzo Gabriel Moura Cordeiro, Lays Roberta Mayela Ferreira Machado, Laura Rodrigues Pires

8) Título: SEMANA DA CONSCIÊNCIA HUMANITÁRIA – (Aula aberta aos alunos do ensino Fundamental II e Médio, que envolve debate sobre temas de interesse dos Direitos Humanos e show de talentos).
Maria Eduarda Carvalho de Souza – 1° ano do Ensino Médio, Laura Ehlers de Souza – 2° ano do Ensino Médio, Davi Kniest da Silva – 1° ano do Ensino Médio, Victoria Zuccarelli Machado – 2° ano do Ensino Médio

E. E. E. F. Matias de Albuquerque
09) Título: Exposição de Abayomis: UMA REFLEXÃO INTERDISCIPLINAR: DIVERSIDADE SOB UM OLHAR LÚDICO NA DESCONSTRUÇÃO DE PRECONCEITOS E NA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

EMEF MORADAS DA HIPICA
10) Título: GÊNERO, CINEMA E HISTÓRIA: AS MULHERES SOB A ÓTICA CINEMATOGRÁFICA
Gabriela Augustin Santos, Mariana Morais Carlotto Rego, Thabatha Fiorin Pires

11) Título: RELAÇÕES DE GÊNERO E PODER: POR UMA ANÁLISE DO MACHISMO ENTRE MORADORES DO BAIRRO HÍPICA, NA CIDADE DE PORTO ALEGRE (2018)
Sophia Laura Garcia, Thainara Broda Nascimento, Melane Matos dos Santos, Melissa Ribeiro
Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores Paulo Freire
12) Título: DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Nathalie Correa Bidart, Anna Júlia Garcia, Arthur Carneiro do Prado Biondo

13) Título: DIVERSOS TEMAS SOBRE DIREITOS HUMANOS
Camile Vitória Ulmann de Andrade, Victória Caroline Silva da Silva, André Gustavo Bom Reis Barbosa, Nicolas Matheus Vidal Nunes Alves, Erica Gonçalves Sansona, Gesiel Bernardes Canosa

Colégio Marista Rosário
14) Título: MULHERES NA HISTÓRIA
Bernardo Staudt de Oliveira Peixoto, Lorenzo Bolzan Ciulla, Pedro Alvarenga Piassini

15) Título: COTAS UNIVERSITÁRIAS O BRASIL E A SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES
Alice Jacques Barco, Isabella Generoso, Marina Dalrosso Oliveira, Maria Rita Suñé Marques, Stela Nicolas da Costa Ribeiro

16) Título: A INFLUÊNCIA DO PRECONCEITO E DA REPRESENTATIVIDADE NA FORMAÇÃO DA AUTOESTIMA E DA IDENTIDADE RACIAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGROS E NEGRAS
Carolina Michel Ferreira, Isabella Prando Madeira, Maria Eduarda Moreira Neves, Victória Pereira Terra Silva

17) Título: A EVOLUÇÃO DO FEMINISMO: UMA ANÁLISE DAS PRINCESAS DA DISNEY
Gabriela Hoff Jacobus, Isabella Poças Rodrigues, Manoela Rehmenklau Feijó, Mariah Oliveira da Silva, Nicolle Costa Rodrigues

18) Título: COMUNICAÇÃO PARA SURDOS E CEGOS: OUTRAS POSSIBILIDADES
Carolina Toledo Carvalho Leite, Giovanna Strapasson Faccin, Rafaela Severo Oliva, Rafaela Silva Schöepping, Roberta Zanette Garcia

19) Título: MULHERES NA POLÍTICA BRASILEIRA
Gabriela Uchôa Silveira , Mariana Gonçalves Carvalho

20) Título: COLORISMO: COMO SE DEFINIR NEGRO NO BRASIL
Luana Tubino, Kira Luize Venzon , Fernanda Cesar

21) Título: A VISÃO DOS REPRESENTANTES DAS PRINCIPAIS RELIGIÕES BRASILEIRAS ACERCA DA LAICIDADE DO ESTADO
Rafael Vasconcellos Tonding, Rodrigo Sandrin Righesso, Yasmin Nassar Cabral

22) Título: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA SOCIEDADE BRASILEIRA – A LUTA DIÁRIA DE MULHERES VIOLENTADAS
Nathalia Carvalho, Raquel Terra , Sofia Marcon

SONETOS DECLAMADOS
Emef Moradas da Hípica
Título: Direitos Humanos – Estudante: Melissa Melo

Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores Paulo Freire
Título: ESTATUTO DO HOMEM – Estudantes: Nathalie Correa Bidart e Brenda Spineli

Colégio Marista Rosário
Título: EU JÁ OUVI DIZER – Estudante: Dandara Rossato da Silva
Título: SONETO REVOLTADO – Estudante: Raquel Battilana Severo
Título: LIVRE-ARBÍTRIO – Estudante: Valentina Prado Filomena

 

 

31 de dezembro de 2018

digo oito, mas deves conhecer mais.

O iniciar de um novo ano pode ser o momento adequado para falar 8 obviedades. Digo obviedades, pois como tal deveriam ser encaradas apesar de a vida diária, em numerosas vezes, mostrar que para algumas pessoas, em determinadas situações, parecem ser mais complexas.

Primeira obviedade: a participação em sistema de cotas não desobriga de estudar e de atingir pontuação definida no edital do certame.

Diante disso, se pretendes concorrer a vagas em disputa no campo da educação ou do serviço público, encare a preparação com toda dedicação. Por outro lado, se fores contrário às cotas, construa teus argumentos sem repetir os que abordam a questão como se os cotistas apenas se inscrevessem e esperassem, por sorteio, alcançar alguma das vagas em disputa.

Segunda obviedade: ao menos no caso do curso de Direito da UFRGS, a adoção do sistema de cotas, permitiu a ampliação do número de vagas acessíveis pelo sistema universal em patamar próximo de 60%.

As vagas para o curso supradito, na década de 80, eram no número de 120. Inicialmente, sem distinção de turno e, depois, com a distribuição de 60 vagas para o turno diurno e 60 para o turno noturno.

Com a implantação do sistema de cotas, foram criadas mais 140 vagas para o curso. 70 foram somadas às 120 destinadas ao acesso universal, 35 foram destinadas às cotas eminentemente sociais e 35 para as cotas destinadas aos candidatos que atendessem requisitos sociais e raciais.

Terceira obviedade: o fato de uma pessoa não ser heterossexual não lhe causa diminuição do conjunto de direitos dos quais seja titular por força de ser uma pessoa, de ser integrante de um grupo ou de exercer determinada profissão e também não lhe causa ampliação do seu rol de deveres.

Em sendo assim, não se cale diante de dados e de situações reveladoras de tratamentos desfavoráveis ou de violações de direitos independentemente de seres ou não heterossexual.

Quarta obviedade: o peso de uma pessoa não é critério que permita que examines caráter, vontade de trabalhar ou capacidade intelectual.

Portanto, se fores obrigada ou obrigado a realizar avaliação de pessoa que consideres gorda, não te prendas a essa característica e permita-te saber mais sobre essa pessoa.

Quinta obviedade:  há pessoas com deficiência que são capazes de exercer funções desde que haja oportunidades.

Não crie ou não mantenha barreiras atitudinais, pois essas são mais difíceis de suplantar do que as físicas! Lembre-se de que a deficiência não é incompatível com a eficiência.

Sexta obviedade:  todas as vidas têm valor.

Não te conforme ou tente justificar(sem pesquisa criteriosa) a morte de outros seres humanos mesmo que essas pessoas tenham uma vida diferente da tua, morem em um local diferente do teu ou sejam de um grupo ao qual não pertenças.

Sétima obviedade: liberdade religiosa é o direito de não ter uma religião ou de escolher uma para professar.

Dessa forma, não tente impor tua religião ou a tua visão ateísta aos outros, tampouco crie hierarquias entre pessoas que tem ou não religião ou entre pessoas de religiões diferentes.

Bom reforçar que questões religiosas não devem adentrar espaços a elas não destinados. Portanto, se és gestor, não crie forma de atuação que favoreça aos que tem a mesma visão sobre religião que tenhas; também não crie regras que gerem discriminação religiosa contra grupos ou indivíduos que trilhem caminho diferente do teu.

Oitava e última obviedade: a denominada “escola sem partido” afronta o que está disposto nos artigos 205 e 206 da Constituição brasileira e nos artigos da LDBEN que tratam dos princípios da educação (artigo 3º)*.

A escola sem partido , que revela-se escola sem sentido, em verdade, é uma maneira de implantar uma escola com “partido único” como já tivemos no Brasil. Aliás, não é coincidência que, após alguns anos de realizado o Golpe de 64, foi promovida a reforma da educação.

Escola, sabem eles, é local de também preparar as pessoas para a vida cidadã e isso é incompatível com alienação e desconhecimento. Quem mais sofrerá se tal sistema for implantado no Brasil será o estudante pobre ou o rico?

Sabem também que a diversidade leva ao conhecimento mais amplo e aprofundado e é isso que temem.

Obviamente, podes pensar de forma extremamente diferente da minha. Pode nem ligar para o está escrito aqui ou até apresentar contestação. O que quero, em verdade, é que penses sobre os temas elencados acima ou outros que tenhas como relevantes, pois do teu pensar e do teu agir depende uma série de vidas humanas.

 

 

*Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;

III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII – valorização do profissional da educação escolar;

VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;

IX – garantia de padrão de qualidade;

X – valorização da experiência extra-escolar;

XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

XII – consideração com a diversidade étnico-racial.             (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

XIII – garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.             (Incluído pela Lei nº 13.632, de 2018)

 

 

Jorge Terra.

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