Jorge Terra

5 de abril de 2022

Juventude, violência e segurança

Em 20 de maio de 2010, no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Rede Afro-gaúcha de Profissionais do Direito, coordenada por Jorge Terra, promoveu o encontro de vários segmentos com o fim de debater problema que ainda assola o Brasil e ainda não parece firme e adequadamente enfrentado: a relação entre juventude negra, violência e segurança pública.

Acesse o evento pelo link abaixo e construa a sua própria opinião !

LINK : https://www.youtube.com/watch?v=B5om1VSckkM

Jorge Terra

Rede Afro-gaúcha de Profissionais do Direito

19 de novembro de 2016

Estudo, planejamento e autoestima

Pretendendo trazer um olhar diferente sobre o mês da Consciência Negra , a talentosa jornalista Letícia Duarte entrevistou negros e negras que superaram barreiras a ponto de alcançarem objetivos pessoais e profissionais. Aqui sobressai o que já foi dito por tantos em outras ocasiões: o particular, apresentado com verdade e sensibilidade, deixa de se restringir a um grupo específico e ganha universalidade. Em outros termos, a matéria, que traz vidas e não personagens, pode estimular numerosas pessoas, negras ou não, a enfrentarem dificuldades e a buscarem o que considerarem ser a felicidade.

Nunca se diz suficientemente que a vida é uma eterna lição. A frase pode ser repetida à exaustão, mas o problema está em saber se somos suficientemente bons alunos para com ela aprender.

Agradecido pelo trabalho jornalístico e pela opção da jornalista, bem como pela boa vontade das pessoas entrevistadas, espero ter aprendido os ensinamentos que as vidas apresentadas na matéria são capazes de propiciar.

Diante das barreiras, mais de uma solução se apresenta. Essas podem ir desde a negação da existência dos obstáculos até o enfrentamento direto, perpassando pelo desbordar que, em algumas circunstâncias, pode se aproximar da fuga. Então, o que pensar quando a entrevistada Maria Miguel compartilha que teve de retornar da então terceira série para a segunda, ambas do então denominado primeiro grau, por ser considerada como tendo conhecimento insuficiente de matemática? E o que dizer quando, com tenra idade, ela não se abate, dedica-se ao estudo e, anos mais tarde, conclui o Curso de Matemática na graduação? É um misto de humildade com capacidade de enfrentamento. É a virtude da qual tanto carecemos para construir nossas vidas e uma sociedade melhor.

Há, ainda, o entrevistado Marne Farias que, no momento de incerteza (o momento de nossa formação é o momento de incerteza, pois investimos recursos de naturezas diversas sem saber se dará certo  – mais adiante é que percebemos que a riqueza está em ter realizado a caminhada direcionando emoção, inteligência, persistência para o atingimento de um fim nobre), eleje seu objetivo: de sua escola avistava a sede da empresa onde trabalha hoje.

Quando temos alguma ideia do local no qual poderíamos nos sentir realizados profissionalmente pelo que ele representa em nosso campo de atuação, bem como pessoalmente pelo fato de lá estarmos, podemos escolher entre ter a chegada a esse local como um sonho ou como o objetivo.

A opção foi ter o ingresso em uma gigante da informática como o fruto de um plano, ou seja, de uma preparação. Houve submissão à uma seleção rigorosa na qual alguma potencialidade já transpareceu. Sim, porque, embora não tendo sido selecionado para o cargo visado, Marne aceita a oferta de estágio, recebendo-a como oportunidade de demonstrar conhecimento e capacidade de trabalho.

A oportunidade foi tão otimamente aproveitada que gerou a desejada contratação. E, evidenciando como as instituições públicas e privadas ganham competitividade e qualidade quando atentam para a diversidade,  internamente, Marne desde sempre , agregou mais do que qualidade técnica ao corpo funcional. Ele demonstrou como a igualdade racial deveria ser um valor a ser desenvolvido no seio da empresa. Com tal empenho exerceu esse papel no grupo que, hoje, tem dentre suas atribuições funcionais estabelecer estrategias, programas, projetos e ações nesse campo.

Já a entrevistada Najara Silva mostra os efeitos positivos da autoestima.

A autoestima e o destemor revelam-se fundamentais para aqueles que sabem que comporão uma minoria nos ambientes nos quais querem se inserir. No caso de Najara, houve por parte dela a aceitação do desafio do pioneirismo em mais de um momento profissional, ampliando-se a necessidade da força moral.

Não há como ser exitoso ou exitosa na vida pessoal ou na vida profissional sem a coragem, sem a confiança na própria potencialidade e sem a vontade férrea de superar adversidades. Narjara fez e faz isso em sua caminhada e repassa-nos essa forte e indispensável lição.

Essas vidas, trazidas com realidade e com poesia, nos impulsionam e nos permitem acreditar que o trinômio educação, planejamento e autoestima nos trará mais avanços.

Jorge Terra

Coordenador da Rede Afro-Gaúcha de Profissionais do Direito

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