Jorge Terra

26 de abril de 2011

multiculturalismo canadense

O multiculturalismo Canadense.

A base de um Canadá multicultural remonta ao princípio da sua história. A sociedade aborígene era multicultural e multilingual. Os primeiros exploradores franceses e ingleses que chegaram ao Canadá nos séculos XVI e XVII integraram-se com as Primeiras Nações a fim de construir uma herança canadense única. Durante as últimas décadas do século XIX e no limiar do século XX, muitos povos do leste e do norte europeu imigraram para o Canadá em busca de terra e liberdade. Neste mesmo período, um grande número de chineses e sul-asiáticos também chegaram ao Canadá para trabalhar em minas, ferrovias ou em indústrias de serviços. Povos do mundo todo estabeleceram-se no Canadá, tornando-o um país verdadeiramente multicultural. Em 1991, mais de 11 milhões de canadenses (inclusive os aborígenes), ou 42% da população do país, declararam ter pelo menos alguma outra origem étnica que não fosse a inglesa ou a francesa. Entre os maiores grupos estão os alemães, os italianos, os ucranianos, os holandeses, os poloneses, os chineses, os sul-asiáticos, os judeus, os caribenhos, os portugueses e os escandinavos. Educação O sistema de ensino canadense teve de ser criativo no sentido de corresponder à diversidade cultural do povo. Mais de 60 línguas são faladas por mais de 70 grupos étnicos espalhados pelo país. Muitas escolas têm alunos de mais de 20 etnias. Em Toronto e Vancouver, mais da metade dos alunos de escolas públicas falam outra língua além do inglês ou francês. Os programas de ensino multiculturais e anti-racistas desafiam o sistema educacional em todos os níveis a se adaptar à diversidade da população, assegurando igualdade e abrangência. Nas escolas, os professores conduzem os alunos a um entendimento e apreciação de outras culturas. A instrução da “língua-herança” é acessível em muitas comunidades e, em algumas províncias e comunidades, as escolas as ensinam. O governo federal financia projetos designados a promover abordagens inovadoras ao ensino dessas “línguas-heranças” e também apóia o desenvolvimento dos recursos canadenses, habilidade e materiais didáticos para as escolas de ensino de “língua-herança”. Além disso, o Governo tem programas destinados a promoção da mudança institucional do sistema de ensino, pesquisa multicultural e de história das etnias e outras fontes documentárias, e também ao desenvolvimento de cursos e a criação de disciplinas de estudo sobre multiculturalismo nas universidades canadenses. A mídia Ativos há mais de 80 anos, os jornais étnicos florescem por todo o país. Só em Toronto, há mais de 100 publicações diárias, semanas, mensais ou quinzenais em língua nativa. Mais de 40 culturas estão representadas na imprensa de minorias étnicas canadenses, e muitas dessas publicações são de circulação nacional. A transmissão de programas de rádio e televisão voltados à minorias étnicas também tem prosperado no Canadá. Nove estações de rádio em cinco cidades destinam uma grande parcela da sua programação semanal a grupos étnicos, notadamente italianos, ucranianos, alemães, gregos, portugueses e chineses. Toronto possui um canal de televisão étnico de tempo integral. Três serviços de TV especiais são licenciados e mais de 60 estações de rádio incluem programas étnicos nas suas programações. Várias companhias de TV a cabo possuem programações em uma grande variedade de línguas. O Ato de Radiodifusão e Televisão do Canadá, que obteve anuência real em 1991, cultuava o conceito de acesso à informação pelas minorias. A legislação afirma que o sistema de radiodifusão e transmissão de programas de TV deve, através de seus programas e todas oportunidades de emprego emergindo das suas operações, atender às necessidades de uma sociedade diversificada e refletir a natureza multicultural do Canadá. O comércio A diversidade canadense é cada vez mais reconhecida como uma vantagem tanto no mercado doméstico como no internacional, e também como um importante fator contribuidor para a prosperidade da economia do país. Os que lá chegaram como imigrantes ganharam reconhecimento internacional no mundo dos negócios e continuaram a contribuir para a riqueza do Canadá. De acordo com os dados compilados pelo Departamento de Herança Canadense: Em 1988, eles trouxeram cerca de $ 6 bilhões para o Canadá; São 50% mais propensos ao trabalho autônomo do que os outros canadenses; Poupam mais, conseqüentemente empregam o fundo de investimento disponível no país; Tendem a consumir menos em setores públicos e poucos recebem amparo social; Os imigrantes têm renda maior que a média e salários mais altos, logo, pagam mais impostos. Como resultado dessas contribuições, uma família normal de imigrantes transfere efetivamente cerca de $ 210 ao ano para a população nascida no Canadá. Ciente das oportunidades potenciais da diversidade cultural no mundo dos negócios, a Câmara de Comércio Canadense interage com as organizações de comércio internacionais. O Banco de Desenvolvimento Comercial Federal do Governo consulta regularmente as associações de comércio étnico-culturais dos grandes centros. O Departamento de Herança Canadense publicou um diretório de contato sobre assuntos comerciais, domésticos e internacionais para negócios e governos que desejam trabalhar em rede com a comunidade de comércio étnico-cultural canadense. As artes Os artistas com origens em todas as partes do mundo enriquecem o cenário cultural canadense atual. Por exemplo, um número cada vez maior de pessoas de várias origens étnico-culturais têm recebido reconhecimento nacional e internacional, inclusive os prêmios Governador Geral e Booker. Do mesmo mesmo modo, canadenses de diversas origens étnico-culturais têm feito significativas contribuições aos filmes, vídeos, representações e artes plásticas do Canadá. Programas multiculturais Organizações comunitárias e associações, assim como instituições, desempenham um papel muito importante na promoção de igualdade, entendimento entre culturas e espírito cívico. Seus esforços, apoiados pelos programas multiculturais do Governo, fornecem ajuda financeira e conselhos às comunidades étnico-culturais, às agências servindo imigrantes, grupos femininos de imigrantes e associações raciais, entre outros, assim como às instituições canadenses e, em alguns casos a indivíduos. Serviços destinados à primeira geração de canadenses (cidadãos nascidos em outros lugares), fornecendo informação sobre o Canad, representam uma grande parte dos muitos programas comunitários. Em parceria com o governo canadense, várias instituições, inclusive a polícia; a mídia; serviços de saúde e sociais, uniões e governos municipais; também participam dos programas de ensino destinados a melhorar as relações raciais e a ajudar as pessoas a se adaptarem à diversidade cultural. Leis e políticas Embora a história do Canadá relate exemplos de injustiças em relação às minorias, os cidadãos canadenses, as instituições e governos estão trabalhando ativamente no sentido de eliminar estas discriminações. A fim de permitir que todos os membros da sociedade canadense exerçam totalmente e com igualdade os seus direitos de cidadania, responsabilidades e privilégios, o Canadá desenvolveu programas e leis concretas e avançadas. Em julho de 1988, o Governo do Canadá reconheceu e prestou homenagem à face mutante do país em uma legislação desbravadora, o Ato de Multiculturalismo do Canadá. O Ato declara que todo cidadão, não importando a sua origem, tem chances iguais de participação em todos os aspectos da vida coletiva do país. A legislação se destina a “encorajar” e assistir as instituições sociais, culturais, econômicas e políticas do Canadá a serem tanto respeitosas e como abrangentes em relação ao caráter multicultural do Canadá. O Ato também deu ao governo a responsabilidade de promover o multiculturalismo através de seus departamentos e agências. O Ato de Multiculturalismo do Canadá é o resultado de uma série de desenvolvimentos ao longo das duas últimas décadas: Quando o multiculturalismo se tornou política oficial do governo, em 1971, um modesto programa de subvenção foi estabelecido a fim de assistir os grupos comunitários, associações, redes de apoio aos imigrantes e grupos de defesa da cidadania. Em 1972, foi nomeado um ministro de estado para o multiculturalismo. Em 1972, o Ato de Direitos Humanos dos Canadenses foi aprovado. Ele prevê salvaguarda legal contra discriminação baseada em vários itens, inclusive raça, origem nacional ou étnica, cor, religião ou sexo. Em 1981, o mandato de multiculturalismo foi expandido a fim de incluir relações raciais. Em 1982, o multiculturalismo e os direitos de igualdade foram cultuados na Carta de Direitos e Liberdades da Constituição Canadense. Em 1986, a legislação de igualdade de empregos foi aprovada. Em 1989, o Governo lançou uma campanha anual anti-racismo. Assim como o governo federal, desde 1971, a maioria das províncias estabeleceu suas próprias políticas e programas formais de multiculturalismo. Compromisso O compromisso do Canadá com o multiculturalismo significa mais do que palavras sobre o papel ou leis no Parlamento. O multiculturalismo é tecido dentro da vida canadense. Ao reconhecer o multiculturalismo como uma característica fundamental da identidade e herança nacional, os canadenses de todas as raças e origens têm a chance de contribuir para as metas comuns de igualdade, unidade nacional, harmonia social e prosperidade econômica.

fonte: Governo do Canadá http://www.canadainternational.gc.ca/brazil-bresil/about_a-propos/culture.aspx?lang=por

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